segunda-feira, janeiro 09, 2012

Um ano - SaudaDê


Amanhã faz um ano. Eu estava na maior expectativa... Já passava de meia noite quando meu telefone tocou com um número estranho, mas com prefixo de Campo Grande... Pensei: Deve ser a Dê me avisando que chegou em Garopaba. Não, era a Ferz, me falando algo que parecia bem absurdo: "Acidente", "Família", "Todos se machucaram mas estão bem", "Perdemos a Dê, Bi...". Não dava pra acreditar. Eu estava feliz demais! Seria a terceira vez que ela viria, a segunda que iria pra minha casa da praia e seria nosso segundo final de semana inteiro juntas. Tinha combinado cantorias, sorvetes... a gente sabia que seria lindo. Ela era minha amiga, uma irmã de alma. Não dá pra explicar direito, porque nossa amizade cresceu de longe, mas sempre que nos encontrávamos, nos compreendíamos só de olhar. Era a pessoa mais linda e pura que eu conheci. Era quem não entendia de coisa ruim, mas era mestre em amor e bondade. Era minha companheira de bola de chiclete.
Depois dela, minhas letras silenciaram. Criou-se um vazio no som de tudo o que eu pudesse escrever. Ela preenchia com música meus poemas e textos bobinhos e assim eu os achava lindos e achava que ela era mais linda ainda, por conseguir entender sem ter que perguntar nada. Dê era artista de coração e alma. Era linda em todos os sentidos. Ela coloria a todos que tiveram essa sorte grande de tê-la na vida.
Denise era cor, música, passo de dança, risada, doce, Peter Pan em corpo de Sininho. Denise era amiga, amor, irmã, prima.
Ela ria da minha maneira de explicar coisas do interior, mas achava bonito. E eu me apaixonei por Campo Grande sem nunca lá ter ido. Dê agora é saudadê, daquelas bem grandes! Daquelas que deixam um vazio... é procurar algo que a gente nunca mais acha, mas viver com um sentimento bom por dentro, apesar de toda a saudade. Dá pra entender como é uma coisa dessas? Eu estou achando bem difícil de explicar...
Espero que nesta data, todos que a amavam possam sentir a alegria que havia no coração dela e serem tocados pela paz do Papai do Céu.
Minha vida mudou bastante de um ano pra cá e a mudança maior ainda está por vir e toda vez que eu penso, ouço o som da voz dela me dizendo: "Bi, vai ser lindjo! Não desista, nega!".
Amor é assim, a gente sente saudade, chora um pouco, lembra e ri outro pouco, depois volta a viver como toda a força, pra aproveitar todas as oportunidades que a vida dá.
Vivo pela amizade que tínhamos e por essa afinidade de alma e por saber que assim, ela faz parte de mim também.
"Dê, se hoje eu pudesse, diria mais uma vez: Te amo e nos vemos na próxima! Até mais."