quarta-feira, outubro 01, 2014

Colecionar (você)

Você aí e eu do lado de cá e quando você vem, eu gravo seus olhares, gestos e carinhos. 
Quando você volta pro lado de lá, eu abro a caixa da minha coleção de você e, vez ou outra, me visto com algo seu.
Hoje eu vesti a sua maneira de me olhar e me senti fabulosa. Ontem eu vesti o carinho que você faz no meu rosto antes da gente dormir. Amanhã vou vestir o jeito de você pegar na minha mão quando caminhamos juntos pra me sentir menos só.
Vivo de saudade e de vontade de você. Minha melhor surpresa! 
Você veio pra me mostrar porque nenhum outro deu certo. Você veio e me trouxe uma paz com nome e sobrenome. 
Conto os dias pra te ver. 
Todos os planos que eu faço, incluo você. Aí divido e você topa. 
Queria te falar mais um monte de coisa, mas prefiro falar baixinho no teu ouvido, ou quando falo sem dizer, só olhando pra você.
Meu príncipe encantado. Meu amor mais bonito.
Posso colorir você?


Ps.: 10 dias (e contando...)

segunda-feira, agosto 04, 2014

Sobre o tempo que não passa

Há uma fórmula para fazer o tempo se arrastar. Vou te ensinar os passos:
Primeiro, apaixone-se. Perdidamente, loucamente, intensamente. Mas não por qualquer pessoa. Apaixone-se por alguém que more longe e, que esse longe seja o suficiente para se tornar impossível que vocês se encontrem todos os finais de semana. Depois, marque um dia para encontrar essa pessoa com pelo menos três semanas de antecedência. 
Pronto, você já pode colher os louros do tempo mais lento pelo qual você já teve paciência de esperar.



"Deixa ser como será
Quando a gente se encontrar
No pé, o céu de um parque a nos testemunhar"

quarta-feira, julho 02, 2014

Sem drama, apenas não volte.



Hoje eu saí com você, mas sabe o que aconteceu? Vesti minha armadura de amor próprio (também conhecido como egoísmo e egocentrismo) e deixei o carinho em casa. Não que eu não seja carinhoso, mas eu o deixei de lado antes de sair com você pra evitar que houvesse qualquer envolvimento afetivo, apesar de gostar muito de você. Mas eu gosto sem ter sentimento. É um gostar conveniente, porque assim não me envolvo e você também não corre o risco de criar qualquer expectativa. Mesmo que não houvesse, ser rude era mais simples.
Sim-pli-ficar, sem ter que voltar depois. Você pode me entender, você sabe como isso funciona. No tempo em que vivemos as pessoas tem orgulho de dizer que não se envolvem, que não sentem nada, que só estão para curtir. Eu estou nesse quadro de pessoas, me perdoe. Não podia ser gentil. Não podia ser cuidadoso. Eu só podia estar ali de corpo, mas o coração estava em casa, dormindo confortavelmente na minha cama quente enquanto eu refrescava a minha garganta com um chopp geladinho.
Quer saber? Deixa pra lá. Você aprendeu a lição, não? Você também já foi pedra pra alguém, eu vim pra te ensinar como é alguém ser pedra pra você. 


Mas eu, meu bem... eu sou a favor de você vestir a camiseta do carinho e sair com ele pra passear. Trocar abraços, marcas de beijos, dedos nos cabelos. Sou a favor da gentileza, da cumplicidade e da doação do seu tempo por fazer o outro feliz. 
Não gosto das pessoas terem esquecido de se importar com as outras e nem de o quão frias se tornaram. Ainda sou do tempo em que fazer um amigo ou estar com alguém implicava em doar-se e abrir-se. Se você é incapaz, nem deveria ter vindo. Ou nem deveria envolver-se com ninguém. 
Eu não vou te ensinar a gentileza, nem o carinho, nem amor e nem como fazer qualquer tipo de coisa. Mas preferia que não tivesse acontecido nada. Estar com você foi como um pesadelo, daqueles em que me encontro sozinha, com muito frio e sem saída. 
Ainda bem que o tempo não pára. E obrigada! Você me mostrou o tipo de pessoa que eu não preciso e o tipo de pessoa que eu não quero ser.

segunda-feira, junho 02, 2014

Neruda

Ela conheceu uma pessoa que gosta de Neruda tanto quanto ela. Foi assim:
- Você também gosta de poesia? Com aquele ar surpreso de quem já não espera mais nada profundo de ninguém.
E a resposta veio: - Como você também? Eu é que gosto! Neruda, Manoel de Barros.
Ele foi interrompido: - Neruda!
E juntos, olhando um para o outro disseram: "No te amo como si fueras rosa de sal, topacio o flecha de claveles que propagan el fuego..."
Junto com a sincronia veio uma forte gargalhada. Não era possível que alguém mais, no meio de toda essa gente vazia, pudesse recitar, em espanhol, o seu poema preferido do Pablo Neruda.
Então ela contou que certa vez, recebeu este poema de presente e o leu tanto, que acabou decorando. E o acha lindo, perfeito.
Ele contou que descobriu o Neruda graças às aulas de espanhol que fazia quando adolescente no colégio de padres que frequentava.
E foi conversa pra cá, histórias pra lá. Ela era hilária, ele ria das piadas dela. Ela era linda. Ele sabia disso.
Ele era interessante e a atraía. Ela achou interessante a maneira como ele mexia a boca pra falar e o som da sua risada. A maneira como ele fechava os olhos quando ria e o jeito como prestava atenção enquanto ela falava. E uff, ela falava bastante!
- Você parece ter 54 anos. Tem mais histórias pra contar do que eu, po! - Disse ele em tom irônico.
- Ah, mas você acha que isso seja ruim? - Respondeu ela, fazendo um draminha, como sempre.
- Claro que não! Acho bárbaro que você saiba como aproveitar a vida. Eu tenho as minhas histórias pra contar também, mas fiquei muito tempo preso em um relacionamento, que bom, não me permitiu viver tanto quanto você.
- É, pode ser...
- Você teve sorte em estar sozinha.
- Como pode dizer isso? Não sou diferente de ninguém! Também gostaria de ter alguém, mas... - Ele a interrompeu e começou a dizer: - Você é incrível! É diferente dessas outras gurias cheias de mimimi. Você sabe o que quer e não deixa que ninguém se coloque no teu caminho. Você é forte, mais do que imagina! E olha que só estou dizendo isso pelo pouco que nos conhecemos.
Ela estava surpresa, mas ouvia tudo com atenção e mesmo antes de querer interrompê-lo, ele continuou:
- Sorte do cara que estiver contigo. Queria que pudesse ser eu este sortudo.
Ela suspirou, se retirou do emaranhado de pensamentos e respondeu:
- É assim. É sempre assim. Eles sempre dizem que não entendem porque eu estou sozinha, porque eu sou incrível, autentica, maravilhosa, etc etc... mas não é todo homem que consegue aguentar uma pessoa como eu. Os caras fogem de mulheres fortes. Eu tenho a minha sensibilidade e a considero importante. Sei lá, acho que sou um pouco ruim demais.
- Mas veja só o que você está dizendo! Disse ele, enquanto dava um gole na caneca de chopp. - Você precisa estar aberta para deixar seu lado frágil transparecer também. Você tá aí, bancando a durona, mas só falar em sensibilidade que já fica toda frágil. Eu não sou ninguém pra te dizer nada disso, mas é de coração que te digo que gostaria de ser o sortudo que ficará do teu lado.
Ela não disse mais nada. Não conseguia dizer, porque ele tinha tocado justamente onde mais doía. Ela estava cansada de ser forte e também da suas fraquezas, mas não conseguia admitir isso pra mais ninguém.
E estava ali, em um bar, com um semi-desconhecido, falando sobre o mais íntimo que ela podia ser. Só podia ser alguém que entende de poesia, pensou ela.
E ele disse: - Nossas vidas não são como as poesias que lemos. Mas podemos fazer as nossas próprias histórias. Eu sei que você escreve, porque te pesquisei antes de sairmos (santa internet!) e sei que você quer, mais que tudo, construir tua própria história.
Ela enrubesceu, não sabia o que responder. Estava atônita, respirando. Pegou o copo, deu os últimos goles e pediu mais um pro garçom, depois olhou pra ele e respondeu:
- Quer saber? Quero construir minha história, sim! E que seja uma história de amor linda, com poesia, músicas e mais um monte dessas coisas que eu gosto. - Num ar debochado, mas um tanto apreensivo, disse: quem sabe não seja você, esse rapaz de olhos castanhos, que será o sortudo a fazer parte da minha vida? Essas coisas a gente não sabe. Tem que deixar rolar.
Sem pestanejar, ele ergueu o caneco e disse: - Um brinde aos inícios!
Ela brindou, eles beberam e trocaram de assunto. Ele percebeu a tensão que deixou no ar. Fez umas piadinhas, deixou que ela pudesse rir de novo.
Ela era assim, tinha medo de se abrir. E olha que interessante, tinha medo do que mais sentia vontade na vida!
Estavam falando sobre qualquer bobagem, quando ela disse: - É isso mesmo! Você acertou. Não posso mais falar nada, porque você vai dar o jeito de descobrir. E quem sabe, assim, eu descubra o quão sortudo você pode ser, né?
O que era despretensão, falando de poesia, tornou-se em um diálogo de mudar vida. Pode ser que não, mas para transformar funcionou. E deve ser assim, com poesia, com versos e com amor de passarinho.


Conquistou o Egito e a Pérsia

Eu não queria escrever sobre você, mas devido as circunstâncias, é quase impossível querer fugir.
É meio esquisito ter que me despedir sem ter te visto e sem ter provado teu gosto e o teu abraço. 
É meio estranho saber que não vou mais te ouvir rindo e nem ver teus olhos fecharem quando o fizeres.
Não medir a tua mão, não fazer carinho na sua nuca. Não escutar mais tua opinião sobre as coisas e sobre a forma como tu te menospreza, como se fazendo isso pudesse me desencantar. Não escutar os teus problemas e deixar qualquer coisa que pudesse crescer pra lá, sendo de qualquer cor que fosse ou qualquer sentimento que aparecesse. 
Mas não tenho medo. Só acho estranho, como se fosse alguma coisa que não é nada. 
Não ser ou não sentir nada. E não poder fazer nada. Apenas ir.


"Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel"

Pequeno diálogo sobre o olhar

"- Mas eu tenho medo.
- Medo de quê?
- De você.
- ... mas porquê?
- Por causa desses teus olhos doces."

quinta-feira, maio 08, 2014

terça-feira, abril 22, 2014

História inventada


Eu escreveria um livro sobre você. Falaria de cada gesto que eu vejo e de tudo o que vejo além dos teus gestos. Deixaria todos loucos de amor pela bondade do teu coração e apaixonados pela serenidade dos teus olhos. Descreveria sua força com toda a admiração que já tenho por ti e por tudo o que você já me mostrou capaz de fazer. Contaria sobre os abraços apertados, os carinhos, as risadas, os deboches, o bom humor, a grosseria, a doçura e esse jeito que você tem de me encantar, quando me coloca ao seu lado e quando se esparrama e se divide comigo.Contaria sobre as coisas que vivemos, sobre o que ainda poderemos, por ventura, viver. Falaria sobre um amor épico, desses modernos, que apesar da liberdade, tá na cara que só quer sossegar dentro de um só coração.
Eu contaria sobre as vontade de ser maior que você me causa. Vontade de liberdade, de aventuras. Eu diria que você me decifrou desde a primeira vez que me beijou.
Meu livro seria um grande best seller. Depois de ler todos gostariam de ser como você. Todas gostariam de ter alguém como você. Os diretores de cinema fariam um filme daqueles que emocionam e fazem rir.
Escrever um livro sobre você seria como viver ao seu lado, sem que eu precisasse estar. Seria como te imortalizar em letras e na memórias das pessoas.
Gostaria que você fosse meu protagonista. Aceita o papel?



*Jane Austen desenhada pela Irena Freitas.

segunda-feira, abril 14, 2014

Pra permanecer

Já haviam se passado 3 semanas. Mas o tempo pra essas coisas não se contam como tempo de relógio. As três semanas, que logo seriam 4 ou 5, pareciam tão longas, como se mesmo não tivessem fim. 
Viver na espera do despertar de um coração é custoso e pode causar danos. Uma dorzinha de estômago, uma prece pra Deus, um pedido de paciência pra vida. 
Será que esperar é perder tempo? Será que deveria deixar pra trás e não ver mais, não ter mais e não sentir mais? Deveria ser proibido que quem se gosta estivesse de coração partido. Deveria ser proibido ficar ausente da vida de quem e das coisas que se gosta. 
São planos, sonhos e metas por alcançar. São promessas por cumprir e toda essa sorte de coisas que chegam com o aparecimento de batidas mais fortes no coração.
A maturidade deveria servir pra saber distinguir o que é bom do que é ruim. O que vale a pena do que deve ser deixado pra trás. O sentimento não sabe de maturidade, só sabe de sentir.
Viver tem que ser leve. Sentir tem que ser de crescimento. E seguir tem que ser em frente. 

quinta-feira, abril 10, 2014

Outras coisas novas

Uma coisa leva a outra.
Outra coisa a uma coisa leva.
Leva outra coisa a uma outra coisa.
Que outras coisas vem em outra leva.
Uma leva de novas coisas
Curando as coisas que antes vieram.
Leva uma coisa pra outra
Outra coisa pra uma
Uma só coisa.
Um laço:
fez-se .

quarta-feira, abril 09, 2014

Livre sendo indo e vivendo


A vida é muito curta pra se desperdiçar deixando de viver.
Permita-se mais! Faça o que tem vontade e deixe pra lá o que te causa mágoa e dor. 
Aproveite a liberdade e faça as melhores escolhas. 
Quando se vê, a vida foi embora e o que fica são as lembranças, mas a presença não existe mais. E dói. 
E dá saudade. E aperta. 
Queria que saudade fosse laço de presente, pra encontrar e trocar abraço. Mas às vezes é nó, que aperta e faz chover um monte de lágrimas por não saber mais onde encontrar, a não ser dentro da gente mesmo.
Vontade de viver bem grande, bem luminoso, bem bonito. Vontade de ser mais amor.

quinta-feira, abril 03, 2014

Tropeço

Não olhe pra trás. Não há nada a se fazer em tudo aquilo que já passou.
Ah, foi pouco? Tudo bem. Assim é mais fácil de deixar ir. 
É sempre esse drama com as coisas que foram, mas preste atenção! Pelo menos dessa vez, faça as coisas da maneira certa. Não se apegue em desapego. Só vá em frente e pense só em você mesma. Tens uns problemas bem mais complicados, bem mais sérios, que implicam o seu real bem estar e crescimento para enfrentar. Erga a sua cabeça e deixe a sensibilidade de lado. Não faz sentido dar murro em ponta de faca. meu bem. 
Deixe sua cabeça serenar, o coração acalmar. 
Ops, alarme falso? E daí, qual é o problema em recomeçar? Você já fez isso tantas vezes... já saiu de situações realmente difíceis e veja só, sobreviveu.
Pare de chororô, seja forte, levante-se e deixe pra lá. Viver tem que ser leve, não contido. Seja você mesma, isso basta.

quarta-feira, abril 02, 2014

Em frente

Me respingaram amor e eu suavizei.
Aqueci o coração e agradeci a todas as pessoas e coisas lindas que tenho na vida. 
Agradeci ao abraço que roubou o ar e ultrapassou as barreiras de tempo e espaço. Às amigas geniais que a vida me deu e à todas as amizades e amores que permaneceram apesar de tudo.
Agradecer e seguir: essa é a nova regra vital.

Destralhar


Parei pra pensar, me ver de fora de mim mesma. Como se qualquer outra pessoa pudesse me conhecer tanto quando eu mesma. Se eu soubesse desenhar, me expressaria muito melhor, mas não nasci com esse dom, então vou tentar me descrever, de modo que cada parte a ser destralhada, realmente seja descartada.
A gente tem uma mania de guardar com a gente, não. Espera. Eu tenho essa mania. Tenho um feio hábito de manter comigo as coisas que já me cativaram. Por mais que elas doam, que me adoeçam e me façam mal, ficam alí, grudadas em mim feito tatuagem. E dizem: Tu és uma pessoa muito transparente. Será que as pessoas conseguem ver todas essas minhas tralhas? Tendo essa curiosidade de me ver por fora, consigo ver cada marca deixada com essas partes de vida. Um vinco no meu rosto marcado pelas lágrimas da perda e das inúmeras despedidas. As cordas vocais calejadas de tanto cantarolar dores de cotovelo. Um pingente quebrado depois de uma despedida pra nunca mais. 
Eu quero e estou me destralhando de tudo o que me fez mal. Veio, não soube ficar, não deu valor, não soube conviver com liberdade, não soube receber carinho, não gostou da minha honestidade e da minha falta de rodeios, tratou com grosseria, humilhou, preguiçou, não soube ir embora sem machucar... Pode ir, monte de tralhas! 
Não é algo do tipo que se desfaz doando, é jogando no incinerador de um grande lixão, onde se destróem todas as coisas que não prestam, que só ocupam espaço e causam desassosego.
Minhas portas e janelas estão abertas para o novo. E que seja luminescente, grandioso, lindo! Que me faça apenas o bem. É hora do novo vir pra ficar. 

terça-feira, abril 01, 2014

Pensamentos bagunçados

Mostrar uma fraqueza é um ato tão nobre que não se pode deixar qualquer um reconhecer. Mostrar uma fraqueza é tão admirável, que pra você, só tenho mostrado meu lado forte. Dá medo essas coisas de se abrir pra alguém. Sou compreensíva, mas sempre acho que a outra pessoa não vai entender meus medos, meus defeitos. Fico na minha pra não falar besteira, e por dentro deixo crescer uma admiração muito bonita. Você é alguém muito admirável. Parece meu pedaço que falta. Se estiver disposto, com o tempo podemos ajustar nossas sintonias pra ver no que dá. Eu te espero. E enquanto isso, ouvindo tudo o que minha intuição fala, sigo firme nas minhas decisões. Não sou orgulhosa e dou o braço a torcer. Tenho que admitir que olhar você de longe é bom, mas ter você por perto me faz um bem maior ainda! Apesar dos pensamentos desconexos, sentir faz a vida andar e seguir. Logo eu consigo desembaralhar a minha cabeça... mas hoje não. Hoje eu prefiro só sentir (e deixar crescer).

Blá blá blá

Sou um ser absolutamente apaixonável. Não que as pessoas se apaixonem facilmente por mim, mas eu me apaixono todos os dias. Às vezes por alguém, às vezes por alguma coisa. Por histórias, por desenhos, por poemas. Músicas, filmes, personalidades. Me apaixono por coisas simples, tipo nuvens, vento e barulho de chuva. Às vezes eu me apaixono por alguém, mas não dura um dia só. E também não é algo que vem em um dia só. Quando me apaixono por alguém, levo dias examinando tudo. São os gestos, os carinhos, a forma de tratamento, o senso de humor, a sensibilidade, o respeito pelas coisas, por si mesmo, pelos outros... 
Aí, quando eu me apaixono, acabo super valorizando a pessoa e querendo enchê-la de coisas que eu gosto e que possam encantá-la. Não é o caso de ser excessiva, mas é o caso de não saber dosar paciência. 
Sou alguém que sente as coisas de uma maneira muito íntima. Do tipo, aproveitar o que estiver vivendo e sentir tudo o que puder de bom daquilo. Depois, quando eu fico sentindo esse tanto, parece que preciso recuar, porque nesse mundo onde vivemos, as pessoas não estão acostumadas a terem alguém gostando delas. As pessoas gostam quando as pessoas não gostam. Por que uma das maiores curiosidades na raça humana, é esse senso de ser sempre contrário. 
Qual é o problema e soltar as amarras de tudo o que te prende aos sentimentos ruins? Quando eu quebro meu coração, sou obrigada a seguir em frente e engolir seco tudo aquilo que desandou. Depois a vida aparece, me surpreende com algo muito melhor e eu agradeço por ter saído de uma situação degeneradora. Porque, né... Nós sabemos quando algo não nos faz bem. Nós, lá no fundo, sabemos que aquilo nos prejudica. Mas precisamos passar por todos esses momentos prejudiciais para aprendermos. E o que melhor podemos aprender com pessoas e situações que nos prejudicam (como disse a minha irmã), é a não ser como elas. A sermos muito melhores e darmos sempre o nosso melhor para evoluirmos. 
Tenho umas paixões antigas, algumas novas. Descubro coisas novas todos os dias. Quando chegar o momento certo de dividir sem medo, vou deixar meu coração repousar em um peito (que eu estiver mais que apaixonada) e descansar. Porque paixão, pra virar amor, tem que ser com paciência e com bastante calmaria! Vem comigo pro sossego? E que seja a passo lento.

quinta-feira, março 13, 2014

Previsão do Tempo


O tempo hoje mostra fortes tendências para derretimento de coração gelado. Cicatrizes correm o risco de desaparecerem e o passado fica para trás com a chegada da primavera. 
Uma massa de ar cheia de carinho se aproxima do continente garantindo sorrisos despretenciosos. Nuvens desaparecem devido ao acúmulo de afinidades, abrindo o tempo e garantindo o crescimento das flores. 
Probabilidade de chuva em cada despedida, mas garantia de calmaria logo depois da tempestade. 
Calmaria se aproxima com o vento suave que traz boas novas e um pouquinho de esperança. 
Chuva de carinho, vento que leva solidão embora. 
É, parece que vai dar sol.

segunda-feira, janeiro 27, 2014

Um pouco de calmaria


Senta aqui e vem me contar sobre as constelações. Você encontrou uma nova, não é mesmo? Me explica sobre os moradores de lá e dos moradores de dentro de você. Me conta dos teus caminhos e de todas as tuas vontades. Fica aqui e divide esse sereno comigo. Respira, fala devagar... deixa meu coração se acalmar enquanto escuta o seu bater. 
Você pode ir, mas depois será que volta? Me conta dessas coisas que você aprendeu. Me ensina a ser melhor? Não precisa me apontar caminhos, mas te deixo livre pra seguir comigo, se quiser... 
Me entrega um desses abraços? Um desses insoltáveis... desses que dão vontade de ficar, que dão vontade de sincronizar respiração e se deixar sentir.
Fica aqui e me ensina a ser pluma que voa com o vento leve. A ser beija-flor. A ser um pouco luz.
Venha acalmar a turbulência dos meus pensamentos e me contar segredos. Pode ser seus, pode ser de coisas que você aprende... me mostra as coisas com o teu olhar. Me explica da praticidade de estar vivo e viver devagarinho.
Te ensino outras línguas, te faço um chá. Te levo pra caminhar. Te ensino sobre um partezinha de mim. Mas basta você querer provar... basta eu ter você aqui. Vem me ensinar sobre amor de passarinhos. Onde está você, afinal?

domingo, janeiro 05, 2014